domingo, 8 de abril de 2012

INEXISTO


No subterrâneo, encaro minha sombra.
Iluminado pelas trevas, consumido pela dor profunda.
...
Petrificação do eu, inércia e sequidão.
Alma voraz, anseia por vida.
Odor putrefato do vazio exalado de minhas entranhas.
Abatido, entrego-me .
Lanço-me no precipicio da insignificância.
Mergulho letal e suicida.
Simbiose: morte e vida.
Abismo se abre, a escuridão sorri e me convida.
Pairando na gélida brisa .
Sangue congela, sentidos me abandonam.
Dissolvo.
Inexisto.
Devorado pelo nada, aborto angústias, inseguranças e medos.
Liberto, flutuo...
Busco a mim e me reconstruo. 


Ana Paula Malosti em parceria com Alexandre Malosti

 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012


Além


Por esses dias...em uma noite,

Sentei-me para ver o azul profundo do céu.

Me fascinava aqueles brilhantes piscando.

Percebi que não estava mais sozinha,

Estava acompanhada de uma penetrante e fria presença.

Sentara ao meu lado.

Emudeci.

As ações de meu corpo Paralisaram.

Começou a contar de sua vida.

Tinha boa aparência e pele bonita.

Cobria seu rosto com um véu.

Sua voz em tom suave, passava calmaria.

Falava e gesticulava com suas mãos sem Vida.

E eu... muda...

Sem voz...Inerte,

Apenas ouvia aquele ser.

Do mesmo jeito que veio,

Se foi.

Como o piscar de meus olhos.

Ana Paula Malosti

(janeiro de 2012)

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

" Baú "

Olhar para dentro de si,
Que graça tem? Muitos dizem,
Mas vasculhar...
Procurar...
Revirar...
Vamos encontrar quanta coisa
guardada que têm.
Medo,
Solidão,
Amor,
Desamor,
Tesão,
Paixão,
Vícios,
Egocentrismo,
Perfeição,
Imperfeição,
Soberba,
Erros que não foram encarados
e não consertados,
Defeitos não aceitos e não mudados,
Não regenerados,
Culpas colocadas em alguém,
Nos livrandos de cobranças,
Consequências.,
Verdades,
Mentiras,
Assim é o Baú que existe dentro de nós.
Ser Supremo,
Racional,
Animal,
E nos gloriamos com afirmação tal.
Mas não passamos muitas vezes por Covardes.
Não aceitando,
Não assumindo,
Descartando,
Até possíveis caminhos,
Preconceito,
Por medo de experimentar o que não se conhece,
Ou o que se conhece também,
O Profundo,
Por não rasgar o verbo...Gritar...
Liberdade de se expressar!
Pensamentos...Ação...Emoção.
Adentrar o Id, Ego E Superego,
E afirmar o que se gosta de fazer,
Viver.
Não se prender por erros tais,
Crescer como Humano, Amigo, Irmão.
E revirar seu baú interior.
Se livrar dos fantasmas!
E ir colocando nesse grande baú da vida,
Dia após dia...
Humildade e confetes de Emoção!!!

Ana Paula Malosti
(Janeiro de 2011)