" O Anão Soneca"
Branca de Neve, a propósito, cuja narrativa remonta há mais de mil anos, permite inúmeras interpretações à luz da psicanálise ou da psicologia junguiana. Prefiro ver neste conto, contudo, uma das jóias raras produzidas pelo saber dos alquimistas. Na alegoria de “Branca de Neve” estão depositados inúmeros segredos do ocultismo. A rainha, que morre ao parir, fora bem clara em seu desejo: “Quero ter uma filha de pele alva como a neve, lábios vermelhos como o sangue, e cabelos tão negros quanto a noite!” É como começam as versões originais deste fabuloso conto. Implícita está, desde o início, a alusão às três grandes fases da transmutação alquímica: albedo (o branco), rubedo (o vermelho) e nigredo (o negro). Expulsa de seu castelo aos sete anos, a menina é abandonada pelo servo na floresta; miticamente, este é o lugar desconhecido onde primeiro nos perdemos na busca da verdade. A casa dos sete anões representa o núcleo orientador capaz de nos levar de volta ao caminho iniciático dos alquimistas. E os anões, todos mineradores da caverna, representam a necessidade de trabalharmos nossas entranhas em busca do ouro filosofal. Na alegoria do sete acham-se velados os sete metais alquímicos, bem como seus sete planetas regentes, também os sete degraus para o preparo da Pedra Filosofal. Existe uma outra teoria que diz que os 7 anões correspondem exatamente aos 7 metais/planetas que os alquimistas designavam pelos mesmos símbolos usados na astrologia para os sete planetas. Alguns dos anões representam estas características dos metais e dos planetas, como por exemplo, Mestre, o mais velho dos anões representa o Sol (ouro), o líder. Feliz, representa a bonança e a fartura de Júpiter, gordinho e feliz. Juntos são os dois anões mais gordinhos na concepção de Disney. Em seguida temos Zangado representando a Ira de Marte. Dengoso representando a beleza de Vênus. Soneca representando a Lua e seu pecado capital preguiça. Atchim representando as atormentações de Saturno e Dunga representa Mercúrio, o mais rápido dos planetas, e também o menorzinho deles. iluminação descrita no conto refere-se ao nível de consciência própria do homem ordinário que se caracteriza pelo mental. É, portanto, no domínio da mentalidade que deve se operar a primeira retificação. É muito marcante que em tudo que constitui o que se chama civilização moderna ( que é uma imagem muito completa do reino da Rainha má) se encontre facilmente o artificial, o desnaturado e o falsificado. Não precisa de muita lógica para entender que, se as coisas deste mundo são assim artificiais, a mentalidade mesma que corresponde a esse estado de coisas deva ser também de certo modo fabricada e não expontânea. Com essa chamada de atenção dá para se ver a ligação existente entre a mentalidade humana e o mundo que ela produz e que lhe corresponde. Isto tudo aparece neste mundo de final de milênio em que vivemos, na medida em que o ponto de vista profano preside à produção da civilização moderna, num ciclo vicioso em que ele é a causa e a conseqüência dessa civilização, a qual tem, de modo marcante, condicionado e influenciado o desenvolvimento do pensamento e da mentalidade geral sempre em termos quantitativos. É evidente que o primeiro passo para romper esse ciclo vicioso está na revisão dos pontos de vista e das convicções pessoais adquiridas, devendo tudo ser feito dentro do balizamento e da referência de uma perspectiva espiritual verdadeira, com raízes doutrinais sólidas o bastante para instruir uma prática completa com princípio, meio e fim . A madrasta, por sua vez, traduz arquetipicamente os perigos do caminho de provações, revelando-se como bruxa perdida (por estar presa à vaidade) na busca da beleza eterna, enganada quanto à natureza do “Elixir da Longa Vida”. Ela morrerá em desgraça, e Branca de Neve, após pagar o preço de sua ingenuidade, acabará por renascer de sua morte simbólica nos braços de seu príncipe encantado, a representar a coroação dos ideais da alma. Mas a complexidade desta análise alquímica nos levaria a outra matéria; paremos por aqui. Parafraseando Michael Ende, autor da saga A História sem Fim: “Esta é uma outra história e terá de ser contada em outra ocasião…”
Soneca. O nome diz tudo. Desligado, desatinado, sem noção do que ocorre, pois vive com soninho.
Floral indicado: Clematis.
Grupo: falta de interesse no presente.
Floral trazendo o aspecto positivo:
Clematis. Tiraria soneca da Indiferença e alheamento sobre o que está ocorrendo, ele deixaria de estar sempre Soneca. O nome diz tudo. Desligado, desatinado, sem noção do que ocorre, pois vive com soninho,sonhando, o motivaria a tornar seus sonhos em realidade.
Clematis concederia à Soneca força para ter atenção e interesse no momento presente, empenho real por todas as coisas, aumento da concentração.
E ao mesmo tempo em que se tornar-se um ser realista não perderia sua sensibilidade, inspiração e criatividade, tão características do tipo Clematis.
Dessa forma Soneca... ”Nunca dormiria no ponto”.
"A vcs deixo o sono, porque os sonhos Eu Carrego!"
( Che Guevara)
Ana Paula Malosti
Janeiro de 2011.
Um comentário:
Ótima abordagem. Muito distante do entendimento da maioria das pessoas que ainda nem sequer começaram a rasgar o véu.... Esses simbolismos estão presentes no dia a dia.. porém, graças ao véu... as pessoas não conseguem identifica-los.... Quem detém o conhecimento dos ancestrais, livros secretos, sabe muito bem o que está fazendo e consegue de maneira sútil introduzir esses conhecimentos até em um conto de fadas, com a intenção de ser uma estória ingênua, romântica... mas carregada de simbolismos.... para os que conseguem enxergar. Parabéns...
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